Polícia Civil cumpre 12 mandados contra grupo investigado por fraudes em concursos públicos em MT, GO e SP 5p604j

Operação Ludificatum apura atuação de empresas familiares suspeitas de manipular concursos com irregularidades graves; ações ocorrem em quatro estados 31y2q

Fonte: CenarioMT

Operação Ludificatum apura atuação de empresas familiares suspeitas de manipular concursos com irregularidades graves; ações ocorrem em quatro estados
Foto: Polícia Civil

A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou, na manhã desta terça-feira (27), a Operação Ludificatum, para cumprimento de 12 mandados de busca e apreensão contra suspeitos envolvidos em um esquema de fraudes em concursos públicos. A ação, coordenada pela Delegacia de Ribeirão Cascalheira, abrange os estados de Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná.

As investigações apontam que duas empresas, istradas por familiares, estariam organizando concursos públicos em diferentes municípios com uma série de irregularidades que colocam em dúvida a lisura dos certames. Em vários dos endereços cadastrados como sedes das empresas, funcionam outras companhias, o que levanta suspeitas sobre a real estrutura responsável pela elaboração, impressão e correção das provas.

De acordo com os investigadores, há indícios de que as contratações dessas empresas estejam associadas a uma rede de favorecimento que envolve parentes e pessoas próximas, o que pode ter resultado na manipulação dos resultados dos concursos, em prejuízo de candidatos legítimos. Um dos elementos que chamou atenção da polícia foi a repetição de questões entre as provas aplicadas por ambas as empresas, sugerindo uso do mesmo banco de dados.

A origem da investigação está relacionada a uma denúncia da Unidade de Controle Interno do Município de Ribeirão Cascalheira, que apontou uma série de falhas no concurso público nº 01/2024 da prefeitura local. Entre as irregularidades identificadas estão a dispensa indevida de licitação, prazos ilegais para execução do certame e indícios de favorecimento de candidatos ligados ao poder público.

Outros episódios também reforçam as suspeitas contra o grupo. Em 2020, um boletim de ocorrência registrado em Caiapônia (GO) relatou tentativa de coação contra concorrentes em uma licitação, com oferta de dinheiro para que desistissem da disputa. Já em 2021, no município de Gaúcha do Norte (MT), a aplicação do concurso para auditor interno foi marcada por confusão e falta de transparência. Em Jaciara (MT), o processo de contratação da banca examinadora indicou direcionamento à empresa de um dos grupos investigados.

O delegado Diogo Jobane Neto, responsável pelo inquérito, afirmou que a ausência de garantias básicas de segurança digital, aliada a falhas contratuais e estruturais, reforçou a necessidade de apuração rigorosa. “A falta de uma banca examinadora legítima, ausência de endereço físico, associadas a uma série de outras falhas e irregularidades, como ausência de registros de empregados, levantou dúvidas sobre a idoneidade da empresa, que não comprovou sua capacidade técnica para realizar concursos públicos e sequer informou quem seriam os profissionais responsáveis pela elaboração e aplicação das provas, comprometendo a confiança no processo”, destacou o delegado.

A Polícia Civil segue com as investigações para identificar todos os envolvidos e mensurar os prejuízos causados aos cofres públicos e aos candidatos que participaram de forma honesta dos concursos.

Reporter e editor do CenárioMT, possui experiência em produção textual e, atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT produzindo conteúdo sobre a região norte de Mato Grosso. Cargo: Repórter | DRT: 0001686-MT