A diferença entre o preço do leite pago ao produtor mato-grossense e a média nacional apresentou redução expressiva em abril, segundo levantamento divulgado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Essa retração do Diferencial de Base (DB), indicador que mede a diferença entre os preços regionais e a chamada “Média Brasil” do Cepea, atingiu o menor patamar percentual para o mês desde 2016.
Em Mato Grosso, o valor médio pago ao produtor pelo litro de leite captado em abril foi de R$ 2,32, alta de 0,81% em relação ao mês anterior. O movimento de valorização está atrelado à redução da oferta de leite no estado, reflexo de condições climáticas e do ciclo produtivo. O Índice de Captação de Leite (ICAP-L), também medido pelo Imea, apontou uma queda de 6,53 pontos percentuais, fixando-se em 45,24%, o que sinaliza um mercado mais em matéria-prima.
Na contramão, a “Média Brasil” calculada pelo Cepea — que considera nove estados produtores — registrou desvalorização de 2,78%, fechando o mês a R$ 2,74/litro, pressionada pela maior disponibilidade de leite no restante do país. Essa dinâmica resultou em um DB de -15,37%, ou -R$ 0,42/litro, o que significa que o produtor de Mato Grosso recebeu menos que a média nacional, mas com uma distância menor do que em anos anteriores.
A redução dessa diferença pode ser vista como um sinal de recuperação relativa da competitividade do produtor mato-grossense, ainda que os desafios estruturais, como logística, custos de produção e escala, permaneçam impactando o setor. O dado reforça a necessidade de atenção a políticas de incentivo à cadeia leiteira no estado, que há anos busca consolidar maior equilíbrio e valorização regional frente ao cenário nacional.