Um levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) revelou que Mato Grosso acumulou um prejuízo de R$ 25,4 bilhões devido a desastres naturais ocorridos entre 2013 e 2024. O estudo considerou os danos tanto na esfera pública quanto na privada e habitacional.
No período analisado, o estado registrou um total de 647 decretos de emergência ou calamidade pública em decorrência de eventos relacionados a chuvas intensas e 86 decretos devido a secas e estiagens prolongadas. Esses desastres tiveram um impacto significativo na vida da população, resultando em 24 mortes, 1.990 pessoas desabrigadas e 9.751 desalojadas em território mato-grossense.
O relatório da CNM compilou dados do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD) do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), utilizando como base os decretos municipais, estaduais e registros oficiais. O objetivo do estudo é evidenciar os impactos dos desastres e fornecer subsídios para a criação de políticas públicas mais eficazes nas áreas de prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação das regiões afetadas.
O levantamento destaca que os municípios, atuando na linha de frente da gestão de riscos e desastres, são os mais atingidos pelas consequências negativas desses eventos, incluindo perdas de vidas, deslocamento de famílias, destruição de bens, interrupção de serviços essenciais e degradação ambiental. A CNM ressalta que os desastres são resultado da combinação de fatores adversos, sejam eles naturais ou provocados pela ação humana, com a vulnerabilidade dos ecossistemas e da população.
Em âmbito nacional, o prejuízo total causado por desastres no mesmo período atingiu a cifra de R$ 732,2 bilhões, afetando 5.279 municípios e resultando em 70.361 decretações de situação de emergência ou estado de calamidade pública. Os eventos mais frequentes foram seca e estiagem, excesso de chuvas, doenças infecciosas, incêndios florestais e ondas de calor. O número de mortos em todo o Brasil chegou a 2.978, e o total de pessoas afetadas ultraou os 6,3 milhões.
Os setores econômicos mais impactados financeiramente em nível nacional foram a agricultura, pecuária, instalações públicas de saúde, abastecimento de água potável e habitação. A CNM concluiu que os desastres têm se tornado mais recorrentes, intensos e dispendiosos em todas as regiões do país, reforçando a necessidade de estruturar as defesas civis municipais e de que a União e os estados destinem recursos adequados e apoio contínuo aos municípios para reduzir os danos e prejuízos causados por esses eventos.