Em Mato Grosso, a violência letal se impõe como a principal causa de morte entre a população de 15 a 29 anos. Um levantamento recente do Atlas da Violência 2025 revela que, em 2023, o estado registrou uma taxa alarmante de 57,0 homicídios a cada 100 mil jovens. Esse índice coloca Mato Grosso em um grupo de 17 unidades da federação que superaram a média nacional para essa faixa etária, fixada em 45,1 mortes por 100 mil.
Os números traduzem uma realidade sombria: no ano retrasado, 496 jovens mato-grossenses entre 15 e 29 anos perderam a vida em decorrência da violência, representando um aumento de 2,7% em relação aos 483 casos registrados em 2022. A situação é particularmente grave entre os adolescentes de 15 a 19 anos, onde foram contabilizados 107 homicídios, resultando em uma taxa de 39,5 por 100 mil.
No panorama geral da violência no estado, Mato Grosso registrou 1.105 homicídios em 2023, elevando a taxa para 30,8 por 100 mil habitantes. Esse volume também representa um acréscimo de 2,6% em comparação com as 1.077 mortes violentas ocorridas em 2022. Em um horizonte de cinco anos, entre 2018 e 2023, o aumento da letalidade em Mato Grosso atingiu 11,7%. Em 2023, o estado ocupou a 10ª posição no ranking nacional de maiores taxas de letalidade juvenil.
Em nível nacional, a violência contra a juventude é um problema estrutural. Dos 45.747 homicídios registrados no Brasil em 2023, quase metade (47,8%) vitimou jovens entre 15 e 29 anos. O relatório aponta para um cenário desigual entre os estados, com Amapá e Bahia apresentando as taxas mais elevadas de letalidade juvenil, enquanto São Paulo, Santa Catarina, Distrito Federal e Minas Gerais registraram os menores índices. Em Mato Grosso, a violência atinge majoritariamente os jovens do sexo masculino, representando 106,8% dos casos de homicídio nessa faixa etária em 2023.
O Atlas da Violência 2025 sublinha as consequências negativas da criminalidade violenta para o desenvolvimento social e econômico, impactando o crescimento econômico, a educação de crianças e adolescentes e a participação no mercado de trabalho. Para os jovens, a perda prematura de vidas significa a supressão de futuras oportunidades e experiências.