Mato Grosso registrou 21.072 óbitos em 2023, um aumento de 0,6% em relação ao ano anterior, de acordo com as Estatísticas do Registro Civil divulgadas pelo IBGE. Essa elevação contrasta com a tendência nacional de queda de 5% no número de mortes no mesmo período.
Do total de falecimentos no estado, 18,7 mil foram por causas naturais e 2,3 mil por causas externas (não naturais), que correspondem a 11% do total. Esse percentual posiciona Mato Grosso como o quarto estado com a maior proporção de óbitos por causas não naturais no país, atrás de Amapá (16,7%), Tocantins (12,6%) e Maranhão (11,4%). As causas externas englobam frequentemente eventos como homicídios, suicídios e acidentes.
Mato Grosso, junto a Amazonas, Amapá e Acre, está entre as poucas unidades da Federação que tiveram um aumento no número de mortes, enquanto a maioria dos outros 23 estados brasileiros observou uma diminuição. No Brasil, foram registrados 1,43 milhão de óbitos em 2023, com a maior redução (7,9%) na faixa etária de 80 anos ou mais.
A gerente das Estatísticas do Registro Civil do IBGE, Klívia Brayner, apontou que, embora residual, ainda houve registros de óbitos relacionados à covid-19. Ela destacou que a significativa queda no número de mortes em nível nacional está diretamente ligada ao fim da pandemia, indicando um retorno aos patamares pré-pandemia. O Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM/MS) reforça essa análise, mostrando uma redução de 55,7 mil óbitos em 2023 na categoria ligada a doenças virais não especificadas, muitas vezes associadas à covid-19.
Quase metade dos falecimentos em Mato Grosso ocorreu na Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá (RMVRC), somando 6.208 óbitos de residentes de cidades como Cuiabá, Várzea Grande e Chapada dos Guimarães. Desses, 3.989 foram em Cuiabá. A maioria das mortes (14,9 mil) aconteceu em hospitais, 3,8 mil em domicílios e 2,2 mil em vias públicas ou locais não especificados.
As estatísticas também revelam que o número de óbitos masculinos (12.946) foi superior ao feminino (8.112) em Mato Grosso em 2023. A maior parte das vítimas (12,9 mil) tinha 60 anos ou mais. O cenário é similar ao nacional, onde idosos representaram 71% dos óbitos registrados, com uma queda de 5,7% em relação a 2022.
Nascimentos e casamentos 164nq
O levantamento do IBGE também apresentou dados sobre nascimentos e casamentos. Em 2023, Mato Grosso registrou 57.925 nascimentos, sendo 14.337 na Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá. A maioria dos recém-nascidos (29,8 mil) era do sexo masculino.
Em âmbito nacional, foram 2,52 milhões de nascimentos em 2023, uma leve queda de 0,7% em comparação com 2022. Embora 18 estados tenham tido redução, Tocantins e Goiás se destacaram com aumento. O IBGE observa que a diminuição da natalidade e o envelhecimento do padrão de fecundidade são tendências, com mais nascimentos sendo de mulheres mais maduras.
Quanto aos casamentos, o país registrou mais de 940 mil em 2023. Desse total, 11,2 mil foram entre pessoas do mesmo sexo, um aumento de 1,6% em relação a 2022. Em Mato Grosso, foram realizados 20.274 casórios.
Que medidas poderiam ser implementadas para reduzir os óbitos por causas externas em Mato Grosso?