A selva amazônica, muitas vezes, é palco de um crime silencioso, mas devastador: o garimpo ilegal. E para enfrentar essa chaga, a Polícia Federal (PF) lançou a Operação River Shield nesta sexta-feira (6 de junho), mirando diretamente nas entranhas de atividades ilícitas de extração de ouro em áreas federais protegidas.
O alvo principal? A Terra Indígena Parque do Aripuanã, em Rondônia, vizinha à Terra Indígena Roosevelt, mas com tentáculos que se estendem até Mato Grosso e Pará.
A ação de hoje mobilizou agentes para cumprir quatro mandados de busca e apreensão em locais que vão de Tangará da Serra/MT a Redenção/PA.
As ordens judiciais, vindas da Vara Federal de Vilhena/RO, são o resultado de uma investigação meticulosa conduzida pela própria Delegacia da PF na cidade rondoniense.
O rastro do ouro: De uma operação a uma rede criminosa 2u4f2w
Essa operação não surgiu do nada. Ela é um desdobramento direto da Operação Elementos, deflagrada em novembro de 2023. Naquela época, a PF já havia descoberto balsas, acampamentos e um arsenal de equipamentos dedicados à retirada ilegal de ouro no leito do Rio Capitão Cardoso.
O que fez a engrenagem virar? A apreensão de um simples celular. A análise desse aparelho abriu uma caixa de pandora, revelando evidências robustas de uma rede envolvida na exploração e comercialização clandestina de minério extraído de terras indígenas. Os alvos de agora são peças-chave nessa engrenagem: desde quem opera as balsas até os que negociam com as comunidades indígenas e distribuem o ouro ilegal.
A Operação River Shield de hoje tem um objetivo claro: coletar mais provas. A PF busca mídias, dispositivos eletrônicos, documentos e registros financeiros que possam solidificar as acusações.
Além disso, a Justiça Federal impôs medidas cautelares importantes: os investigados estão proibidos de entrar em áreas indígenas e de ter contato uns com os outros ou com as testemunhas. É um sinal claro de que as autoridades estão fechando o cerco para proteger a Amazônia e seus povos.