Polícia Civil apura fraudes em concursos públicos em Mato Grosso e outros estados 4w145q

Operação Ludificatum investiga rede suspeita de manipular certames por meio de empresas ligadas a familiares e associados. 4v1y10

Fonte: CenárioMT

Polícia Civil apura fraudes em concursos públicos em MT e outros estados
Polícia Civil apura fraudes em concursos públicos em MT e outros estados - Foto: PJC

A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou nesta terça-feira (27) a Operação Ludificatum para cumprir 12 mandados de busca e apreensão contra suspeitos de envolvimento em fraudes em concursos públicos em vários estados brasileiros.

A investigação, coordenada pela Delegacia de Ribeirão Cascalheira, abrange os estados de Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná. O foco está em duas empresas organizadoras de concursos, supostamente ligadas por laços familiares, que apresentaram irregularidades comprometedoras nos processos seletivos.

Entre os indícios apurados, consta o uso de endereços empresariais compartilhados com outras atividades comerciais, ausência de estrutura física e técnicas questionáveis de elaboração, impressão e correção das provas. Depoimentos e documentos sugerem um esquema de favorecimento, com vínculos diretos entre candidatos aprovados e agentes públicos locais.

A apuração teve início após denúncia formalizada pela Unidade de Controle Interno de Ribeirão Cascalheira, que apontou falhas graves no concurso público nº 01/2024 da Prefeitura. As irregularidades envolvem contratação por dispensa de licitação, curto prazo de execução e favorecimento a candidatos próximos ao poder público.

Casos anteriores também estão sob análise. Em Caiapônia (GO), em 2020, há registro de tentativa de suborno para exclusão de concorrentes em licitação. Já em Gaúcha do Norte (MT), um concurso para auditor interno em 2021 gerou dúvidas sobre a validade do certame. Em Jaciara, o direcionamento do processo licitatório também levanta suspeitas de fraude.

Segundo o delegado Diogo Jobane Neto, responsável pelo caso, a ausência de critérios mínimos de segurança, falta de banca examinadora legítima e inexistência de estrutura física e técnica reforçam a suspeita de manipulação dos certames. “Nem sequer foram apresentados os profissionais responsáveis pelas provas, o que compromete a lisura do processo”, afirmou.