A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou, nesta terça-feira (20), a Operação Ilusion, com o cumprimento de 20 ordens judiciais contra suspeitos de envolvimento em um esquema que resultou no cancelamento de eventos de formatura em Cuiabá e outras cidades do estado. Os investigados são responsáveis por uma empresa que atuava no setor de eventos e que encerrou suas atividades abruptamente no início de 2025, deixando centenas de estudantes lesados.
A operação, coordenada pela Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), visa coibir práticas de crimes contra o patrimônio, relações de consumo e associação criminosa. Entre os mandados estão prisões preventivas, bloqueios de contas bancárias e sequestro de bens, além da suspensão das atividades econômicas de empresas envolvidas.
A ação ocorre em Mato Grosso, Paraná e Paraíba, com apoio de unidades locais das Polícias Civis. Os principais alvos da investigação, dois empresários que gerenciavam as empresas envolvidas, estão foragidos.
Segundo a Polícia, o prejuízo ultraa R$ 7 milhões, afetando cerca de mil formandos de mais de 40 turmas, principalmente dos cursos de medicina e odontologia em instituições de Cuiabá, Várzea Grande e municípios do interior de Mato Grosso e Rondônia.
A investigação revelou que os responsáveis planejaram o encerramento das atividades com meses de antecedência, mesmo assim continuaram assinando novos contratos, exigindo pagamentos à vista e ocultando materiais de eventos anteriores. A conduta é considerada dolosa, já que os suspeitos sabiam da impossibilidade de honrar os compromissos firmados.
O fechamento oficial da empresa ocorreu no dia 31 de janeiro, por meio de uma nota divulgada sem aviso prévio a clientes ou colaboradores. O ato surpreendeu famílias e estudantes que aguardavam a realização de cerimônias de formatura, deixando centenas sem celebração e sem reembolso.
A Operação Ilusion foi nomeada em alusão à falsa promessa de realização de sonhos, que acabou se transformando em frustração para milhares de pessoas em Mato Grosso e outros estados.
As penas previstas para os crimes investigados podem chegar a 13 anos de prisão, além de multa. As apurações seguem em andamento, com foco na responsabilização criminal e na reparação financeira às vítimas.