A segurança dos profissionais de saúde em Mato Grosso é um tema que gera preocupação. Em 2024, o estado registrou um alarmante 15º lugar no ranking nacional de violência contra médicos em ambientes de trabalho, sejam eles hospitais, clínicas, consultórios, prontos-socorros ou laboratórios, públicos ou privados.
Somente em Mato Grosso, foram registrados 88 boletins de ocorrência (BOs) envolvendo médicos, com queixas que variam de ameaças, injúrias e desacato a lesão corporal, difamação e furto. Esses dados, compilados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) a partir de informações das polícias civis de todo o país, revelam um cenário de crescente vulnerabilidade para esses profissionais.
No Brasil, o ano ado somou 4.562 ocorrências policiais, o que significa que, a cada duas horas, um médico foi vítima de algum tipo de violência. Este número representa o maior volume desde o início da série histórica da pesquisa do CFM, em 2013. Desde então, o Conselho contabilizou quase 40 mil BOs de médicos denunciando abusos, sendo mais de 815 somente em Mato Grosso nesse mesmo período.
Perfis das vítimas e cenário regional 4y3s46
O levantamento do CFM aponta que, embora os homens ainda sejam os mais ameaçados, o número de médicas que sofreram delitos em 2024 quase se igualou ao de médicos: 1.757 mulheres contra 1.819 homens em nível nacional.
Em relação à distribuição geográfica, São Paulo lidera o ranking nacional com 832 BOs, respondendo por 26% dos registros do país. O Paraná ocupa a segunda posição, com 767 casos, seguido por Minas Gerais, com 460 boletins.
Na região Centro-Oeste, Mato Grosso é superado apenas por Mato Grosso do Sul, que registrou 134 casos em suas delegacias no ano ado. O Distrito Federal contabilizou 86 denúncias, e Goiás, 70 BOs.
Medidas propostas 6m6i1c
O presidente do CFM, José Hiran Gallo, destacou que a entidade apoia a aprovação de Projetos de Lei no Congresso Nacional que buscam agravar a pena para agressores de médicos em serviço, como o PL nº 6.749/16, já aprovado na Câmara Federal. Além disso, o CFM tem articulado com governadores e autoridades da Polícia Civil para a criação de delegacias especializadas em crimes contra a saúde, visando intensificar o combate a essa violência.
Para Gallo, os crescentes casos exigem a atenção de gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) e das forças de segurança pública em todas as esferas – municipal, estadual e federal. Ele enfatiza a urgência na adoção de medidas efetivas para prevenir e combater a violência em todas as suas manifestações, alertando para a responsabilidade em caso de negligência diante dessas situações.